Uma jovem de 20 anos relatou ter perdido três filhas durante parto prematuro no Hospital Regional Ruth Cardoso, no dia 13 de setembro. Segundo o depoimento divulgado nas redes sociais pela própria mãe, Monique dos Santos Rosa, as trigêmeas nasceram com sinais de vida, mas não sobreviveram.
De acordo com Monique, a gestação era trigêmea e idêntica, e o trabalho de parto começou após ela sentir dores intensas. Internada, recebeu medicações para dor e para tentar prolongar a gestação. Durante o parto, as bolsas das três bebês romperam e nasceram em sequência. Inicialmente, a equipe médica informou à família que todas estavam vivas, depois que apenas uma havia sobrevivido, até confirmar que nenhuma resistiu. A jovem relatou ter ouvido a equipe se referir às meninas como “fetos”, apesar de estarem formadas e com mais de cinco meses de gestação.
Após receber alta, Monique foi informada por atestado médico que se tratava de um “aborto espontâneo” e não recebeu documentos que permitissem o registro das filhas. Com auxílio da família e da assistência social, os trâmites foram regularizados dias depois, permitindo o registro e o velório das crianças – Maithê, Eloa e Alana.
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Segundo normas do Ministério da Saúde, parto prematuro ocorre antes de 37 semanas quando há sinais de vida ao nascer e deve ser emitida Declaração de Nascido Vivo (DNV). Já o óbito fetal deve ser registrado quando não há sinais de vida e o feto tem pelo menos 20 semanas, 500 g ou 25 cm, por meio de Declaração de Óbito Fetal. O abortamento espontâneo refere-se à interrupção da gestação antes do limiar de viabilidade, geralmente antes de 22 semanas.
O Hospital Ruth Cardoso informou que a gestação tinha 20 semanas e que, segundo protocolos e literatura médica, a viabilidade neonatal é reconhecida a partir de 22 a 24 semanas. A instituição reforçou que todos os protocolos obstétricos foram seguidos e que prestou suporte e acolhimento à família, negando qualquer negligência.
Após o episódio, Monique iniciou acompanhamento psicológico e formalizou licença maternidade. Ela e o marido registraram na pele a memória das filhas, incluindo nomes, datas de nascimento e desenhos dos pézinhos, como forma de homenagem.
Matéria por: Manuela Córdova – estagiária de Jornalismo

