A Emasa (Empresa Municipal de Água e Saneamento) acompanhou os testes com um equipamento de georadar na Rua 1951, no Centro de Balneário Camboriú nesta terça-feira, 17.
O objetivo é um mapeamento subterrâneo, ou seja, o que está sob o asfalto até uma profundidade de três metros – especialmente tubulações de água, esgoto e drenagem. A tecnologia permite identificar a localização, profundidade e distância das estruturas.
Segundo o diretor-presidente da Emasa, Auri Pavoni, o objetivo principal é conseguir informações para enfrentar um dos principais problemas ambientais da cidade: as ligações irregulares entre redes de drenagem pluvial e esgoto cloacal. Outros testes com tecnologias diferentes também estão sendo feitos.
“Nós estamos com o teste de fumaça, que estamos já com 12 quilômetros que a gente fez na cidade e estamos experimentando, já tivemos uma empresa de São Paulo que fez um teste. Agora tem essa de Joinville, e devemos ter mais uma ou duas para depois aí nós tomarmos uma decisão de qual a melhor maneira de identificarmos essas ligações, para a gente começar a tomar as ações com maior assertividade”, detalha o diretor.
O teste na Rua 1951 foi feito pela Azimute Tech sem custos para o município. A demonstração foi acompanhada por Pavoni e por técnicos da Emasa. Se a tecnologia mostrar resultados satisfatórios, será aberta licitação para contratar oficialmente a empresa especializada.
O projeto prevê a análise de aproximadamente 370 quilômetros de ruas. Relatórios da Azimute Tech serão entregues à Emasa, para ajudar a definir os próximos passos na modernização do sistema de saneamento da cidade.
melhorias em balneabilidade
O diretor da Emasa destaca que o grande desafio está nas ligações clandestinas, que fazem com que a água da chuva entre na rede de esgoto. Isso sobrecarrega o sistema e provoca extravasamentos, afetando diretamente a balneabilidade das praias da cidade. O objetivo final, segundo Pavoni, é enfrentar esse problema.
“Podemos ter e vamos ter uma estação de tratamento de esgoto de primeiro mundo, mas de nada adianta que quando chove, a água da chuva entra no sistema de esgoto. Como a tubulação é menor, não aguenta, e nessas tampas de ferro que se têm no meio das ruas, que nós chamamos de PV. Quando a gente anda pela cidade que elas transbordam, nada mais é do que água e esgoto misturado que vêm pelas ruas e, em consequência, vai para os córregos, rios e vai para o mar”, explica.
RESULTADOS SERÃO APRESENTADOS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA
A previsão é que os estudos avancem ainda neste ano, com a possibilidade de uma audiência pública em julho para apresentar à população a real dimensão do problema e os caminhos para solucioná-lo. A estimativa da Emasa é de que os trabalhos completos levem de dois a três anos.
“Nós pretendemos e já combinamos com a prefeita de, assim que nós tivermos dados mais concretos, nós vamos fazer uma audiência pública para relatar do real problema e da dimensão do problema que tem a cidade para que junto a gente consiga, de uma vez por todas, enfrentar. E aí sim, a gente caminhe para uma melhor balneabilidade, uma melhor condição ambiental em Balneário Camboriú”, relata o diretor.
OBRAS PARA CORREÇÃO
Pavoni também adiantou que as obras para corrigir os problemas que forem identificados vão interferir principalmente na área central da cidade.
“Porque na área central, o esgoto chegou em 1983. Infelizmente, quem mais contribuiu com essas ligações irregulares foi o próprio Poder Público. E não por maldade, é que não se tinha consciência de que você ligar o pluvial no cloacal fosse causar esse dano que hoje está causando na cidade. E desde que foi instalado, ninguém enfrentou esse problema. É isso que nós vamos combater e vamos tentar solucionar, e com certeza vamos evoluir bastante nesse sentido”, finaliza.
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