A Praia Brava de Itajaí não é apenas um cartão-postal. Ela guarda um ecossistema frágil e essencial: a restinga, responsável por proteger a faixa de areia e resistir às ressacas que castigam o litoral. Nos últimos anos, esse espaço sofreu com erosões, descarte de lixo e até com o simples pisoteio da vegetação. Mas um trabalho de paciência e cuidado devolveu vida ao que estava em degradação.
O Instituto Itajaí Sustentável (Inis) iniciou em 2018 um projeto experimental para conter a perda de sedimentos e restaurar a vegetação nativa. A ação começou com a instalação de cercas vazadas em formato de zigue-zague, que ajudaram na formação das dunas frontais e no acúmulo natural de areia. Com o tempo, a vegetação encontrou condições ideais para se reestabelecer.
A etapa seguinte trouxe o plantio de espécies herbáceas nas áreas sem cobertura vegetal e o enriquecimento com arbustos mais atrás, reforçando a estrutura da restinga.
“Com persistência e colaboração da população, é possível fazer recuperação dessas áreas. Com a vegetação recuperada, o ambiente se torna mais resistente, inclusive para os eventos naturais de elevação da maré, as famosas ressacas que acontecem muito frequentemente na nossa região”, destaca a diretora-presidente do Inis, Maria Heloísa Lenzi. O trabalho mostra que pequenas intervenções somadas à consciência coletiva podem transformar o futuro de um dos ambientes mais importantes do litoral itajaiense.

