A Polícia Civil do Paraná (PCPR) indiciou quatro pessoas pela morte de um jovem após ele furtar chocolate e chicletes em um supermercado de Curitiba. O caso foi registrado no dia 19 de junho e dois desses suspeitos do crime estão presos, enquanto os outros indiciados estão foragidos.
Segundo o inquérito finalizado pela Polícia Civil no último sábado (28) – e obtido pelo repórter Lucas Sarzi da Banda B, Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, foi perseguido e agredido em uma rua do bairro Portão. Após a violência, a vítima foi deixada inconsciente, sem qualquer socorro médico prestado pelos indiciados, que ainda arrastaram o corpo para outro local. Rodrigo morreu antes da chegada do serviço de emergência.
“A vítima foi perseguida, interceptada e violentamente imobilizada por diversos indivíduos, sendo submetida a estrangulamento e agressões físicas, culminando em sua morte. O corpo foi posteriormente abandonado em via pública, sem que qualquer dos presentes acionasse socorro médico ou comunicasse as autoridades, demonstrando total indiferença à vida da vítima e reforçando o dolo na produção do resultado letal”, pontuou a Polícia Civil no inquérito.
Saiba quem são os indiciados pela morte do jovem que furtou chocolate em Curitiba
- Luiz Roberto Costa Barbosa: funcionário do setor de frutas, legumes e verduras (FLV) do supermercado. Ele perseguiu, derrubou com um chute e estrangulou a vítima. Desde a noite do crime ele não retornou ao trabalho e está foragido;
- Antônio Cesar Bonfim Barros: segurança interno do supermercado. Também perseguiu a vítima e transportou o corpo do jovem. Assim como Luiz, não voltou ao trabalho e está foragido.
- Bryan Gustavo Teixeira: segurança da empresa terceirizada Força Rota, que presta serviços ao supermercado. Perseguiu, mas não agrediu a vítima, tendo auxiliado no transporte de Rodrigo. Está preso de forma preventiva.
- Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo: motociclista que estava fazendo entregas. Interceptou a vítima com a motocicleta e desferiu socos e chutes em Rodrigo, enquanto o jovem já estava imobilizado. Está preso de forma preventiva.
Todos os quatro foram indiciados pelos crimes de homicídio doloso, com as qualificadoras de motivo fútil, meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima.
Rede de supermercados diz que ação não seguiu protocolos da empresa
Em pronunciamento encaminhado à RICtv, o advogado Elias Mattar Assad, representante legal do Grupo Muffato, disse que a ação não seguiu os protocolos de segurança da empresa, bem como as agressões foram iniciadas por um indivíduo não ligado ao grupo.
“O mercado lamenta profundamente o ocorrido e desde o primeiro momento colabora com a Justiça para apurar as responsabilidades pessoais de cada um dos envolvidos.
O mercado, e seus protocolos de segurança, sempre recomendou aos seus funcionários e terceirizados máxima cautela em ações permeadas pela contenção não-violenta e sempre restrita aos limites de suas unidades.
Esse fato isolado ocorreu fora de suas dependências. Quem iniciou as agressões foi um terceiro, estranho ao estabelecimento.
Esperamos que esses fatos sejam interpretados dentro da realidade e dentro do que realmente aconteceu naquele local”, disse o advogado.
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