Um buraco na orla da Praia Central, no trecho das obras de macrodrenagem, preocupou moradores nesta terça-feira, 29. Imagens circularam nas redes sociais e o acúmulo de água na altura da Rua 1301 foi atribuído à maré alta. Parte da calçada e da ciclovia foram danificadas.
Em entrevista ao programa Bote a Boca no Trombone nesta quarta-feira, 30, o secretário de Planejamento de Balneário Camboriú, Carlos Humberto Silva, afirmou que o buraco não foi causado pela maré. “Eu acho que a preocupação (dos moradores) é válida. É um fenômeno natural meteorológico (a maré), o que me preocupa de verdade não é a macrodrenagem”, afirmou.
Segundo o secretário, o trecho foi cavado para fazer uma caixa de captação da água do canal Marambaia. Com o canal cheio em razão da maré alta, a água ficou acumulada no local. Veja as imagens enviadas por um ouvinte da Rádio Menina:
Sobre a macrodrenagem, Silva explicou que os técnicos que fizeram o projeto garantiram que a maré não chegou ao limite dos extravasores. Ele relatou que em casos excepcionais de maré alta e grande volume de chuvas, quando a galeria estiver cheia, a água vai avançar para os extravasores.
E é justamente essa a ideia do projeto, para evitar alagamentos e que o desnível de maré foi calculado. “Temos certeza que essa maré não seria suficiente. Podia chover à vontade, podia tudo, que essa maré (o extravasor) funcionaria normalmente. No dia que nós tivermos a maré que avance para cima da (Avenida) Atlântica, nada funciona”, relatou Silva.
De acordo com o secretário, serão 16 extravasores ao longo da faixa de areia. Em relação aos comentários negativos sobre a obra, ele rebateu que “muita gente que fala não conhece do projeto”.
Silva explicou ainda que após a conexão das galerias da rua 1301, a próxima fase da obra inclui o rompimento do molhe da Barra Norte. Ao todo, mais 20 intervenções estão previstas para a Praia Central, até a rua 3920.
Em relação ao cronograma, o secretário afirmou que a macrodrenagem será paralisada em novembro, próximo à temporada de verão. “A obra deve chegar à Rua 51 em novembro porque essas intervenções são muito traumáticas para os moradores, para nós que estamos fazendo a obra, encontramos fiação elétrica, tubulação”, relatou.
“Era para estar feita antes do engordamento”
Durante a entrevista à Rádio Menina, o secretário de Planejamento afirmou que a macrodrenagem “era para estar feita antes do engordamento da orla da Praia Central”. Ele relatou que esse é um dos motivos pelo qual se formam “lagoas” na faixa de areia quando a maré sobe.
“Essa areia já perdemos. O grande responsável foi a falta de macrodrenagem que devia ter sido feita há três anos. Isso realmente me preocupa”, afirmou Silva.
Para minimizar os impactos e evitar uma nova dragagem, uma alternativa para a recuperação dos trechos de areia foi proposta pelo Planejamento.
A areia resultante do trabalho de cavação para as obras de macrodrenagem, que seria descartada, será guardada. Posteriormente, o material será peneirado para retirar os detritos da obra. A areia será então utilizada na faixa de areia, nos locais onde se formam as “lagoas”.
“A gente não consegue fazer uma reurbanização da Atlântica nesse momento se não fizer a galeria, porque a água passaria por cima e levaria todo equipamento” complementou o secretário, se referindo a obra de requalificação da orla.
Avanço da reurbanização
Sobre o andamento da reurbanização da orla, Silva comentou que as obras estão avançando em trechos de 250 metros, para garantir que o acesso à praia seja mantido.
“É bom dizer também que na frente da reurbanização, a gente tá fazendo um muro de dois metros de altura, uma base, um muro de concreto, para dar proteção dessas marés, se no futuro tiver uma onda que possa vir contra, a gente tem um muro”, detalhou.
- Assista à entrevista completa:


