O Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo e incurável, sendo a forma mais comum de demência. A doença acomete mais de 55 milhões de pessoas no mundo, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse número, em comparação, é maior que a população de países como a Colômbia e a Espanha.

No Brasil, o Ministério da Saúde informa que há cerca de 1,2 milhão de pessoas com Alzheimer, número que pode saltar para 5,7 milhões até 2050. Mas de que forma o Alzheimer age no sistema neurológico humano? Quais os sintomas e tratamentos para essa doença que acomete, principalmente, os idosos?

O Alzheimer é conhecido popularmente como a “doença do esquecimento”, pois causa a deterioração de funções mentais, como pensamento, raciocínio e comportamento. O neurologista Dr. Marcelo Zalli, de Balneário Camboriú, explicou de maneira técnica como a doença se desenvolve no sistema neurológico humano.

“A doença inicia com fragmentos anormais de proteína beta-amiloide, e também com outra proteína, chamada tau, que se aloja no cérebro e começa a aumentar a sua atividade, comprometendo as conexões sinápticas dos neurônios de um modo geral”, destacou.

Nesse momento, segundo ele, o paciente começa a ficar esquecido e passa a ter dificuldades em realizar tarefas simples do cotidiano. Dr. Marcelo ressaltou que o Alzheimer não está apenas ligado a problemas de memória, pois em estágios mais avançados, compromete também o sistema cognitivo.

Sinais iniciais do Alzheimer

De acordo com o neurologista, os sinais mais comuns do início da doença são a dificuldade em lembrar fatos recentes, o esquecimento de compromissos ou pequenas atividades do dia a dia. A repetição de assuntos também é apontada como um dos sintomas, prejudicando a funcionalidade da pessoa.

A funcionalidade está relacionada à autonomia para realizar atividades sozinho. “O paciente conseguia ir até o banco sacar o seu dinheiro, fazer um pagamento, fazer um pix, usar um Uber, e de repente ele perde essa capacidade, começa a diminuir isso. Então, esse momento é de perda funcional, com impacto significativo para as pessoas que trabalham com memória”, explicou.

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O especialista reforça que a doença atinge principalmente pessoas idosas, mas que pacientes abaixo de 65 anos com sinais de Alzheimer são considerados casos precoces. “Imagine: esse paciente teria vários anos de vida e, sendo diagnosticado aos 65 anos, tem um grande percurso vivendo com a doença”, afirmou.

Como é realizado o diagnóstico e tratamento?

Segundo o médico, o diagnóstico rápido do Alzheimer é a base mais importante para o tratamento. Quanto antes o paciente procurar ajuda, mais eficazes serão os medicamentos para auxiliar na convivência com a doença.

O diagnóstico é realizado por meio de uma avaliação neurológica, conduzida por profissionais que investigam a perda de memória e cognição. “Esse paciente passa por uma testagem cognitiva, uma avaliação neuropsicocognitiva feita por uma neuropsicóloga com ênfase nessa questão (Alzheimer)”, explicou.

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Após a confirmação, o tratamento é iniciado com medicações que têm o objetivo de melhorar a rede sináptica — o sistema de conexões entre os neurônios —, área afetada pela doença. O foco é melhorar a qualidade de vida e evitar um deterioramento ainda maior ou mais rápido.

O neurologista ressaltou que os fatores genéticos influenciam no risco de Alzheimer. Algumas pessoas herdam genes que aumentam a chance de desenvolver a doença, especialmente quando há casos na família. Isso não significa que a pessoa terá Alzheimer, mas indica maior vulnerabilidade.

Em famílias com histórico, médicos recomendam testes e acompanhamento precoce, para que os cuidados de prevenção comecem antes. “Se eu sei que tenho uma alta propensão, vou começar a me cuidar mais cedo, vou fazer aquele teste liquórico mais precocemente”, destacou Dr. Marcelo.

Prevenção e cuidados ao longo da vida

Cuidar da saúde ao longo da vida é uma das formas de reduzir os riscos do Alzheimer. Controlar hipertensão e diabetes, tratar apneia do sono, manter atividade física e praticar novos estímulos cognitivos — como aprender idiomas, ler sobre temas diferentes ou participar de palestras — ajuda a proteger o cérebro. Esses hábitos fortalecem a chamada “reserva cognitiva” e retardam os efeitos da doença.


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Source jornaltribuna

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